Silvonei José – Vatican News
"As coisas materiais não preenchem a
vida: somente o amor pode fazer isso. E para que isso aconteça, o
caminho a seguir é o da caridade, que não guarda nada para si, mas
compartilha tudo": foi o que disse o Papa, antes do Angelus, diante dos
fiéis e peregrinos reunidos neste domingo na Praça de São Pedro.
"Hoje, o Evangelho fala-nos de Jesus
que, depois do milagre dos pães e dos peixes, convida as multidões, que o
procuram, a refletir sobre o que aconteceu, para entender o seu
significado. Eles tinham comido aquele alimento compartilhado e puderam
ver como, mesmo com poucos recursos, graças à generosidade e coragem de
um jovem, que colocou à disposição dos outros o que tinha, todos
foram alimentados até a saciedade”.
O sinal era claro, destacou o Papa: “se
cada um der aos outros o que tem, com a ajuda de Deus, mesmo com pouco,
todos podem ter algo".
E, em vez disso, eles não entenderam –
completou o Santo Padre: “confundiram Jesus com uma espécie de mágico, e
voltaram para procurá-lo, esperando que repetisse o prodígio como se
fosse uma magia".
"Eles foram protagonistas de uma
experiência para o seu caminho, mas não compreenderam o significado dela:
a sua atenção estava voltada apenas para os pães e peixes, para o alimento
material, que acabou imediatamente – continuou o Papa. Eles não
perceberam que isso era apenas um instrumento, que o Pai, enquanto
saciava a fome deles, revelava-lhes algo muito mais importante: o modo
de vida que dura para sempre e o sabor do pão que sacia para além da
medida".
O verdadeiro pão, em resumo, - disse o Papa - "era e é Jesus, o seu Filho amado feito homem, que veio para compartilhar a nossa pobreza para nos conduzir, por meio dela, à alegria da plena comunhão com Deus e com os nossos irmãos e irmãs, em dom".
"As coisas materiais não preenchem a
vida: somente o amor pode preenchê-la. E para que isso aconteça, o
caminho a ser seguido é o da caridade que não guarda nada para si, mas
compartilha tudo", observou o Santo Padre.
"Isto não acontece também nas nossas famílias? Pensemos naqueles pais que lutam a vida inteira para educar bem os seus filhos e deixar-lhes algo para o futuro. Como é bonito quando essa mensagem é compreendida, e os filhos são gratos e, por sua vez, tornam-se solidários uns com os outros como irmãos! E como é triste, ao contrário, quando eles brigam por herança, e talvez não se falem por anos", enfatizou.
A mensagem da mamã e do papa, o seu legado mais precioso, não é o dinheiro, - enfatizou o Papa - "mas o amor com o qual eles dão aos seus filhos tudo o que têm, assim como Deus faz connosco, e dessa forma eles nos ensinam a amar".
"Vamo-nos perguntar, então: qual é a minha relação com as coisas materiais? Eu sou escravo delas ou uso-as livremente, como instrumentos para dar e receber amor? Sei dizer "obrigado" a Deus e aos meus irmãos e irmãs pelos dons recebidos e compartilhá-los?
Francisco concluiu pedindo a Maria, que deu a Jesus toda a sua vida, que nos ensine a fazer de todas as coisas um instrumento de amor.
VN
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