Prostrado no chão, sinto o peso dos meus pecados e arrasto-me como um penitente à procura de perdão.
Ouso levantar os olhos e vejo-Te, Jesus, de pé, com a bondade estampada no rosto e os braços abertos para mim.
Perguntas-me cheio de amor:
Porque estás assim prostrado no chão, vergado com todo esse peso que colocaste nos teus ombros?
Eu nem ouso olhar-Te, mas respondo num murmúrio envergonhado:
É a minha vergonha, Senhor, o peso dos meus pecados quando não fiz a Tua vontade e me afastei de Ti.
Ouço novamente a Tua voz que ecoa no meu coração dizendo-me:
Mas meu filho, Eu já te libertei de todo esse peso. Sei do teu arrependimento, da tua contrição, por isso já te perdoei no Meu coração.
Olho-Te então novamente e digo com voz suplicante:
Senhor, mas este peso parece que não me deixa levantar, parece que me abate e não me deixa viver a vida que Tu me queres dar.
A Tua voz torna-se ainda mais amorosa, se tal é possível, porque ela está sempre repassada de amor eterno:
Levanta-te, vamos! Quero-te aqui Comigo, nos Meus braços, junto ao Meu coração, deixando-te envolver no Meu perdão, no Meu amor.
Levanto a cabeça e vejo a Tua mão estendida para mim, chamando-me do chão onde teimava em permanecer.
Dou-Te a mão e Tu, Jesus, puxas-me para Ti, encostas-me ao Teu peito e, com um sorriso lindo, dizes:
Meu filho, foi para isto que Eu vim, para carregar as tuas fraquezas na Minha Cruz, para me entregar inteiramente por ti e assim te libertar do peso do pecado que te quer arrastar pelo chão.
Levanta-te, vamos! Quero que faças Comigo esta viagem pelo deserto do nosso permanente encontro. Deixa-te guiar pelo Espírito que derramo em ti. Coloca um sorriso nos teus lábios, enche de confiança o teu coração, deixa que a esperança te faça caminhar, porque Eu estou contigo e nunca te hei-de deixar.
Levanto-me, reconheço-me pecador, mas isso já não é para mim uma opressão, uma prisão, porque no Teu amor, Senhor, encontrei a libertação, encontrei a salvação.
Marinha Grande, 16 de Fevereiro de 2024
Joaquim Mexia Alves
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