17 dezembro 2023

O Papa: em Gaza mortos civis inermes, “é o terrorismo, é a guerra”

 
  Papa na janela do apartamento pontifício (Copyright REUTERS/Guglielmo Mangiapane)  
 
Após os disparos do exército israelita contra a Paróquia da Sagrada Família na cidade de Gaza, Francisco volta para rezar pela paz nesta terra martirizada e pronuncia os nomes das vítimas surpreendidas pelo ataque fatal ocorrido "onde há não terroristas, mas famílias, crianças, pessoas doentes e com deficiência, freiras. Uma mãe e a sua filha foram mortas".
 

Antonella Palermo - Cidade do Vaticano

Depois da oração do Angelus na Praça de São Pedro, o Papa Francisco lança mais uma vez um apelo pelo que está a acontecer na Terra Santa, um dia após o ataque israelita contra a Paróquia latina da Sagrada Família na cidade de Gaza, que causou a morte de duas mulheres, mãe e filha: Naheda e Samar.

A dor pela morte de civis

O Pontífice acompanha com apreensão a trágica evolução do conflito no Médio Oriente: “Continuo a receber notícias muito graves e dolorosas de Gaza”, afirma.

Civis inermes são alvo de bombardeamentos e disparos. E isto aconteceu até mesmo dentro do complexo paroquial da Sagrada Família, onde não há terroristas, mas famílias, crianças, pessoas doentes e com deficiência, freiras. Uma mãe e a sua filha, Sra. Nahida Khalil Anton e a sua filha Samar Kamal Anton, foram mortas e outras pessoas feridas por atiradores de elite, enquanto iam à casa de banho... Foi danificada a casa das Irmãs de Madre Teresa, atingido o seu gerador . Alguém diz: “É o terrorismo, é a guerra”. Sim, é a guerra, é o terrorismo. É por isso que as Escrituras afirmam que “Deus faz cessar as guerras... ele partiu os arcos e quebrou as lanças”. Rezemos ao Senhor pela paz.

 Naheda, a mãe que foi morta em Gaza, na paróquia da Sagrada Família 

OMS: o Hospital Al-Shifa, um banho de sangue

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou ter participado  na missão conjunta das Nações Unidas para levar suprimentos médicos e avaliar a situação no Hospital Al-Shifa, em Gaza. A equipe entregou medicamentos e material cirúrgico, equipamento de cirurgia ortopédica, materiais e remédios para anestesia ao hospital, que “atualmente está minimamente funcional”, disse a OMS, citada pelo jornal Haaretz.

O pronto-socorro do Hospital al-Shifa, o maior do norte de Gaza, é “um banho de sangue” e a instalação “precisa de reanimação”, alertou a Organização Mundial da Saúde. A OMS, citada pelo Guardian, afirmou que “dezenas de milhares de pessoas deslocadas estão a utilizar o prédio e os terrenos do hospital para se abrigarem” e que há “uma grave escassez” de água potável e alimentos. As salas de cirurgia não estão a funcionar devido à falta de combustível, oxigênio e outros suprimentos, disse a organização, falando de “centenas de feridos”.

 Samar, filha de Naheda, alvejada por atirador de elite israelense, na Paróquia em Gaza 

Blackout continua em Gaza

O apagão das comunicações telefónicas e dos serviços de Internet em Gaza continua naquele que, até agora, é o período mais prolongado desde o início da guerra. As duas principais companhias da Faixa, Paltel e Jawall, anunciaram o fim dos serviços “devido à agressão israelita” ao enclave palestino na tarde da última quinta-feira e a interrupção está em vigor desde então.

Fontes EUA – citadas pelos meios de comunicação dos Estados Unidos e relatadas pela ANSA – sublinharam a “extrema necessidade” de restabelecimento do serviço, também à luz da tentativa de Israel, acrescentaram, de reduzir as vítimas civis.

VN

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