Não se admirem da imagem que ilustra este texto.
Não dei em crítico de televisão, nem para tal tenho apetência.
A
série televisiva “The Closer” é um policial leve e divertido, quanto a
mim bem interpretado, e que não nos faz pensar muito, excepto o episódio
5 que passou esta semana.
E
este episódio fez-me pensar não pela série em si, mas pelo seu tema,
pois passa-se à volta de uma pessoa de idade e do lar onde está
“internada”.
Não sei se foi de
propósito ou não, mas este episódio retrata muito bem a situação das
pessoas de idade, tantas vezes abandonadas nos lares e até nas próprias
casas pelos seus familiares.
Claro
que isto não é uma regra e há felizmente muitas famílias que continuam a
cuidar e a tratar dos seus mais velhos com todo o amor e dignidade.
Mas
a verdade, quer queiramos quer não, é que também muitas vezes os lares e
não só, são uma espécie de aliviar da consciência, ou seja, já “fiz o
que tinha a fazer” e agora eles que cuidem dele.
Esquecemo-nos
que as pessoas de idade a maior parte das vezes preferem condições
“piores” de habitação, mas mais companhia, mais amor, mais familiares à
sua volta.
No
meu primeiro livro “Orando em Verso” coloquei logo no início, como
homenagem aos meus pais, mas também a todos os pais, o seguinte
versículo da Bíblia:
«Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias sobre a terra que o Senhor, teu Deus, te dá.» Ex 20, 12
A
verdade é que os nossos pais, quando nascemos fazem toda a espécie de
sacrifícios para nos cobrirem de tudo o que necessitamos e nós, muitas
vezes, não fazemos o mesmo quando eles vão chegando ao fim das suas
vidas.
Quem
já visitou os chamados lares da terceira idade, constata, infelizmente,
esta dura realidade da falta de visitas dos familiares dos idosos,
felizmente, ainda com várias excepções.
Muitas
vezes as circunstâncias “obrigam-nos”, por falta de outros meios, a
internar os nossos mais velhos nesses lares, mas essas circunstâncias
não nos impedem, com certeza, de os visitar sempre que possível.
Por
isso tantas vezes os idosos “arranjam doenças” para irem para o centro
de saúde ou até o hospital, onde sabem que vão ter outros como eles com
quem podem conversar.
Mas mais uma vez, infelizmente, os hospitais vivem problemas graves quando os familiares abandonam os seus idosos nos hospitais.
É conhecida a anedota dos idosos que se juntavam sempre no centro de saúde no fundo para conversarem.
Um dia um pergunta: O Zé hoje não vem?
E responde outro: Hoje não que está doente!
Lembremo-nos,
(eu já sou um pouco velho também), que o exemplo que dermos aos nossos
filhos será, muito provavelmente, o modo como eles nos tratarão quando
chegarem os nossos dias mais avançados.
Que
o Senhor nos proteja a todos e neste caso aos mais idosos que precisam
de amparo, de companhia, sobretudo de amor e esperança na vida eterna
junto de Deus.
Marinha Grande, 18 de Novembro de 2023
Joaquim Mexia Alves
Sem comentários:
Enviar um comentário