Thulio Fonseca – Vatican News
“Viver é isto: uma grande preparação para o dia das núpcias,
quando seremos chamados a sair para encontrar Aquele que nos ama acima
de tudo, Jesus!”
O exemplo da sabedoria e da imprudência, presente na parábola das dez virgens, chamadas a sair ao encontro do noivo, foi o tema da reflexão do Papa, no Angelus deste 32º Domingo do Tempo Comum. Ao dirigir-se aos milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça de São Pedro, num domingo frio de outono, Francisco iniciou dizendo que este “evangelho apresenta-nos uma parábola que diz respeito ao significado da vida de cada um”.
O Papa sublinha que, no texto presente no livro de São Mateus, cinco virgens são sábias e cinco imprudentes, e convida os fiéis a refletirem sobre estas duas características:
Francisco destaca que as sábias juntamente com as suas lâmpadas,
levaram também óleo, e as imprudentes, por outro lado, não o fizeram:
“Aqui está a diferença: o óleo. E qual é a característica do óleo? O
facto de não poder ser visto: está dentro das lâmpadas, não é visível,
mas sem ele as lâmpadas não iluminam”.
O cuidado com a vida interior
“Se olharmos para nós mesmos, perceberemos que a nossa vida corre o mesmo risco: hoje estamos muito atentos às aparências, o importante é cuidar bem da nossa imagem e causar uma boa impressão diante dos outros. Mas Jesus diz que a sabedoria da vida está noutro aspeto: no cuidado com o que não podemos ver, mas que é mais importante, porque está dentro de nós. É o cuidado com a vida interior.”
Segundo o Papa, essa atenção implica “saber como parar e ouvir o próprio coração, vigiar os pensamentos e os sentimentos". Significa saber abrir espaço para o silêncio, ser capaz de ouvir.”, e como um exemplo concreto cita um instrumento muito comum, o celular, e exorta principalmente os agentes pastorais:
É preciso dedicar tempo para a vida com Deus
“O Evangelho dá-nos o conselho certo para não negligenciarmos o óleo da vida interior” continua Francisco, "o óleo da alma, que é importante prepará-lo.” E recordando o exemplo das virgens que se tinham preparado bem, destaca:
“Assim é para nós: a vida interior não pode ser improvisada, não é uma questão de um momento, de uma vez ou outra, de uma vez por todas; ela deve ser preparada dedicando um pouco de tempo todos os dias, com constância, como se faz para tudo o que é importante.”
O Pontífice, no final da sua alocução convida os fiéis a uma reflexão:
“Podemos perguntar-nos”, indaga Francisco, “o que estou a preparar neste momento da vida? Talvez eu esteja a tentar fazer algumas economias, esteja a pensar numa casa ou num carro novo, em projetos concretos... Estas são coisas boas. Mas será que também estou a pensar em dedicar tempo para cuidar do meu coração, da oração e do serviço aos outros, ao Senhor, que é a meta da vida? Enfim, como está o óleo da minha alma, estou nutrindo-o e mantendo-o bem?”
“Que Nossa Senhora nos ajude a conservar o óleo da vida interior”, concluiu o Papa.
VN
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