Às vezes apetece-me sentar no banco da vida e desistir de me incomodar com certas coisas que me vão acontecendo, ou melhor, que deviam acontecer e não acontecem.
Seria
tão mais fácil deixar andar sem nada resolver e deixar que o tempo
resolvesse aquilo que eu não consigo ou que aqueles amigos a quem peço
ajuda também não resolvem.
E depois tento sempre dissociar a amizade que lhes tenho e, acredito, eles me têm a mim, de todos os assuntos por resolver.
Sinto-me
até às vezes culpado por os incomodar com as minhas coisas, mas a
verdade é que eu estou sempre disponível para ajudar, quando para tal
sou solicitado.
Ah,
mas eu prezo muito mais a amizade do que os assuntos por resolver,
porque esses, mais tarde ou mais cedo resolvem-se ou não, mas a amizade é
coisa diária, é fruto do coração, é vida permanente que não se apaga,
nem deixa extinguir.
E
assim vou sublimando em mim a irritação muito humana, para deixar que o
amor, (muito mais humano porque impregnado do divino), tome conta de
mim e me vá fazendo rezar pelos meus amigos todos, para que encontrem,
no mínimo, o mesmo amor de Deus que eu encontrei.
E resulta! Oh se resulta!
Parece então que O ouço dizer-me ao ouvido ou será ao coração:
Mas
Eu alguma vez te faltei? Não sabes que te amo com amor eterno? A Mim
nunca precisas de perguntar três vezes se Eu te amo, porque a resposta
está sempre bem dentro de ti, na certeza que tens do Meu amor.
Levanto-me
então do tal banco da vida, (quase como um banco de cobrador de
impostos), deixo os assuntos nas mãos d’Ele, e sigo-O cheio de
confiança, revestido de esperança, todo envolto em amor.
E
Ele toma-me pela mão, diz-me que já se faz tarde, já anoitece, e então
eu peço-Lhe humildemente que fique connosco, que fique comigo, e que eu
sempre O reconheça ao “partir do pão” de cada dia.
Monte Real, 7 de Julho de 2023
Joaquim Mexia Alves
Sem comentários:
Enviar um comentário