«Naquele tempo, Jesus ia a passar, quando viu um homem chamado Mateus …»
Realmente
percebemos a diferença entre o olhar, o acolher, o chamar de Jesus e o
nosso modo de olhar os outros, até mesmo aqueles que nos são próximos.
Jesus viu um homem chamado Mateus, não viu um cobrador de impostos, um homem que trabalhava para o opressor daquele tempo.
Jesus quis ver quem era aquele homem Mateus, não quis ver o que era aquele homem, como ele se portava ou o que ele fazia.
Jesus quis amar e acolher aquele homem e assim poder, pelo amor, libertar aquele homem de tudo o que nele era errado.
Nós
veríamos, em primeiro lugar, o tal odiado cobrador de impostos, o tal
traidor que colaborava com o opressor, veríamos um pecador, sem
cuidarmos de nos lembrarmos que também nós somos pecadores.
E
por o vermos assim e assim tantas vezes vermos os outros nos seus
defeitos, é que em vez de acolhermos e amarmos, ou melhor, de amarmos e
acolhermos, é que não ajudamos ou somos ocasião para também os outros
encontrarem o Jesus que amamos e queremos nas nossas vidas, porque só
Ele nos dá a vida em abundância.
Mais
à frente, na narração do Evangelho, e perante a forma como os fariseus
vêem Mateus, (ou como nós vemos os outros, às vezes até mesmo em
Igreja), Jesus diz-lhes que percebam bem o que quer dizer «prefiro a
misericórdia ao sacrifício».
Realmente
quantas vezes fazemos o que fazemos em Igreja por preceito apenas, e
não o fazemos em primeiro lugar por amor a Deus e aos outros?
Interpretando
literalmente a frase «prefiro a misericórdia ao sacrifício»,
pergunto-me o que me é mais difícil: Fazer um sacrifício de jejum, (que
posso e devo fazer, sem dúvida), ou perdoar a quem me ofendeu?
Claro
que uma não invalida a outra, mas de que vale o sacrifício se não faço a
paz com o meu irmão, se não amo o meu irmão vivendo o mandamento de
amor que Cristo nos deixou: «Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.»?
Uma coisa Te peço, Senhor, que me faças sempre ver no meu próximo, um irmão, que quero amar em vez de julgar.
Marinha Grande, 11 de Novembro de 2023
Joaquim Mexia Alves
Nota: Texto suscitado pela homilia do Padre Patrício Oliveira, pároco da Marinha Grande, na Missa das onze horas deste Domingo.
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