26 março 2023

Papa no Angelus: não cedas à dor e ao pessimismo, Deus está perto de nós!

 

 

Francisco no Angelus deste domingo: “talvez também nós, neste momento, carregamos nos nossos corações algum peso ou algum sofrimento, que parecem esmagar-nos. Então é hora de remover a pedra e sair ao encontro de Jesus, que está próximo”. 
 

Silvonei José - Vatican News

"Não cedas ao pessimismo que deprime, ao medo que isola, ao desânimo pela recordação de más experiências, ao medo que paralisa"! O Papa Francisco introduzindo a recitação do Angelus comentou a passagem do Evangelho deste V Domingo da Quaresma, a ressurreição de Lázaro, "querido amigo de Jesus", para sublinhar que Jesus "dá vida mesmo quando parece não haver mais esperança" e "convida-nos a não deixar de acreditar e esperar, a não nos deixarmos esmagar por sentimentos negativos".

"Acontece, às vezes, sentires-te sem esperança, aconteceu com todos, ou encontrar pessoas que perderam a esperança: amarguradas", com "um coração ferido", "por causa de uma perda dolorosa, uma doença, uma deceção, um erro ou uma traição sofrida, por um grave erro cometido", observou o Pontífice.

 

 Papa Francisco 
 

"Às vezes ouvimos as pessoas dizerem: 'Não há mais nada a ser feito!' e fecha a porta a toda esperança. Estes são momentos em que a vida parece um sepulcro fechado: tudo é escuro, ao redor vemos apenas dor e desespero". Em vez disto, Jesus "diz-nos que isto não é assim, o fim não é este, que nestes momentos não estamos sozinhos, pelo contrário, que precisamente nestes momentos Ele aproxima-se mais do que nunca para restaurar a nossa vida". Jesus chora, o Evangelho diz que ele chora diante do sepulcro de Lázaro, e Jesus chora connosco, como chorou por Lázaro: o Evangelho repete duas vezes que ele se comoveu e sublinha que Ele chorou".

 

 Fiéis na Praça São Pedro 

Jesus, continua Francisco, "aproxima-se dos nossos sepulcros e diz-nos, como então: 'Tira a pedra'". "Tira a pedra: a dor, os erros, também os fracassos, não os escondam dentro de vós, num quarto escuro e solitário, fechado". Tira a pedra: tira tudo o que está entrega-me com confiança, sem medo, porque estou contigo, amo-te e desejo que vivas novamente".    

E, como a Lázaro, acrescenta o Papa, "repete a cada um de nós: vem para fora! Levante-se, retoma o caminho, recupera a confiança! Eu levo-te pela mão, como quando tu era uma criança aprendendo a dar os teus primeiros passos". "Tira as ligaduras que te prendem, por favor não cedas ao pessimismo que deprime, não cedas ao medo que isola, não cedas ao desânimo devido à recordação de más experiências, não cedas ao medo que paralisa. Eu quer-te livre e vivo, não te abandonarei e estou contigo". "Não te deixes aprisionar pela dor, não deixes morrer a esperança: volta à vida". "Eu pego-te pela mão e trago-te para fora" da escuridão, diz Jesus.

 

 Fieis na Praça de S. Pedro 

Esta passagem, capítulo 11 do Evangelho de João, faz-nos tão bem lê-la, enfatiza o Papa. "É um hino à vida", diz, "e nós o lemos quando a Páscoa está próxima. Talvez também nós, neste momento, carregamos nos nossos corações algum fardo ou algum sofrimento, que parece esmagar-nos. Alguma coisa má, algum pecado feio, algum erro da juventude", acrescenta Francisco.

"Então é o momento de remover a pedra e sair ao encontro de Jesus, que está próximo". "Conseguimos abrir os nossos corações e confiar as nossas preocupações a Ele? Abrir o sepulcro dos problemas e olhar para além da soleira, em direção à sua luz? Ou será que temos medo disto? E, por sua vez, como pequenos espelhos do amor de Deus, será que conseguimos iluminar os ambientes em que vivemos com palavras e gestos de vida? Damos testemunho da esperança e da alegria de Jesus? Nós pecadores, todos nós?".

Francisco dirigiu-se novamente aos confessores: "Caros irmãos, não esqueçam que  também sois pecadores e que no confessionário não sejam torturadores, mas perdoem tudo".

O Papa concluiu: “Maria, Mãe da Esperança, renova em nós a alegria de não nos sentirmos sozinhos e o chamamento a levar luz à escuridão que nos circunda”.

 

VN

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