Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Santa Mãe de Deus! Esta aclamação ressoou várias vezes na homilia do Papa Francisco na missa celebrada na Basílica de São Pedro neste primeiro dia do ano de 2023, Solenidade de Maria Santíssima.
Além de um dado essencial da fé, esta aclamação é sobretudo uma
notícia maravilhosa: Deus tem uma Mãe e, por conseguinte, está ligado
para sempre à nossa humanidade. E nos ama não só com palavras, mas com
fatos, porque em Maria o Verbo fez-se carne.
Esta aclamação ainda entrou no coração dos fieis principalmente através da oração da Ave-Maria. Todas as vezes que dizemos “Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores –, a Mãe de Deus responde sempre!”
Ela escuta os nossos pedidos, abençoa-nos com o seu Filho nos braços. Numa palavra, disse o Papa, dá-nos esperança.
“E, no início deste ano, precisamos de esperança, como a terra precisa de chuva. O ano, que se abre sob o signo da Mãe de Deus e nossa, diz-nos que a chave da esperança é Maria, e a antífona da esperança é a invocação Santa Mãe de Deus.”
Francisco confia ainda a Maria os filhos que sofrem e já não têm a
força de rezar, os irmãos e irmãs atingidos pela guerra em muitas partes
do mundo, que vivem estes dias de festa na escuridão e ao frio, na
miséria e no medo, submersos na violência e na indiferença.
“Por quantos não têm paz, aclamemos Maria, a mulher que trouxe ao mundo o Príncipe da paz.”
Eu, neste ano, aonde quero ir?
Para que possamos acolher este dom, o Papa sugere deixarmo-nos inspirar
pelos protagonistas do Evangelho de hoje, os pastores de Belém,
destacando dois verbos: ir e ver.
Os pastores foram apressadamente, não ficaram parados, e assim devemos fazer também nós.
Hoje, no início do ano, em vez de ficarmos a pensar e esperar que
as coisas mudem, será bom interrogarmo-nos: «Eu, neste ano, aonde quero
ir? A quem vou fazer bem?»
“Muitos, na Igreja e na sociedade, esperam o bem que tu, e só tu,
podes proporcionar, o teu serviço. E hoje, face à preguiça que anestesia
e à indiferença que paralisa, frente ao risco de nos limitarmos a ficar
sentados diante de uma tela com as mãos no teclado, os pastores
desafiam-nos a ir, a comovermo-nos com o que acontece no mundo, a sujar as
mãos na realização do bem.”
E quando chegaram, os pastores viram o menino. “É importante ver,
abraçar com o olhar, permanecer ali, como os pastores, diante do Menino
nos braços da Mãe.”
“No início do ano, entre tantas novidades que quereríamos
experimentar e as inúmeras coisas que quereríamos fazer, incluamos a de
dedicar tempo a ver, ou seja, a abrir os olhos e mantê-los abertos diante daquilo que conta: Deus e os outros.”
Para Francisco, um bom exercício neste início de ano é dedicar tempo
para ver e escutar quem está ao nosso lado, começando pela esposa, o
marido e os filhos, perguntar como se sentem dentro e não só sobre as
tarefas do dia a dia.
“Ir e ver. Hoje o Senhor veio para o meio de nós e a Santa Mãe de Deus coloca-O diante dos nossos olhos. Redescubramos, no ímpeto de ir e na maravilha de ver, os segredos para fazer verdadeiramente novo este ano.”
O Papa concluiu convidando a assembleia a repetir com ele por três vezes a invocação "Santa Mãe de Deus".
VN
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