30 agosto 2022

Papa aos irmãos cardeais: saibam maravilhar-se com a missão de estar e de ser Igreja

 

 O Papa Francisco na Missa com os Cardeais na Basílica de S. Pedro, 30.08.2022 

 

Na missa que reuniu os 20 novos cardeais e o Colégio Cardinalício na Basílica de São Pedro no final da tarde desta terça-feira (30), Francisco refletiu sobre a importância de uma dupla admiração: "de estar na Igreja, de ser Igreja! E é isto que torna atraente a comunidade dos crentes, primeiro para si e depois para todos: o duplo mistério de ser abençoado em Cristo e ir com Cristo ao mundo".

 

Andressa Collet - Vatican News

A Capela Papal da Basílica de São Pedro recebeu os novos cardeais e o Colégio Cardinalício para uma celebração eucarística presidida pelo Papa Francisco. A missa concluiu um encontro de dois dias à portas fechadas no Vaticano, entre o Pontífice e os poucos menos de 200 cardeais, que aprofundou a Praedicate Evangelium, a Constituição Apostólica em vigor desde 5 de junho que reformou a Cúria Romana. 

A dupla admiração

A homilia proferida pelo Papa refletiu sobre uma dupla admiração: a de Paulo perante o desígnio de salvação de Deus (cf. Ef 1, 3-14) e a dos discípulos, incluindo o próprio Mateus, no encontro com Jesus ressuscitado, que os enviou em missão (cf. Mt 28, 16-20). Dois territórios, disse Francisco, de estar em Cristo e com Cristo, "onde sopra forte o vento do Espírito Santo" e de onde brota o encorajamento para que os cardeais saibam "maravilharem-se com o desígnio de Deus", amando "apaixonadamente a Igreja", prontos a servir em missão a todos os povos, assim como foi para São Paulo Apóstolo.

Uma missão que seja sempre acompanhada desta grata admiração pela história da salvação, através do "louvor, bênção, adoração e gratidão que reconhece a obra de Deus". Uma admiração que também pode ser experimentada de outra forma, recordou o Papa:

"Desta vez, não é o próprio plano de salvação que nos encanta, mas o facto – ainda mais surpreendente – de que Deus nos envolve no seu plano: é a realidade da missão dos apóstolos com Cristo ressuscitado."

Admiração é caminho de salvação

Os "onze discípulos" ouviram as palavras do Senhor para seguir evangelizando o mundo com a promessa final de "esperança e consolação: 'Eu estarei convosco todos os dias, até ao final dos tempos' (v. 20). Estas palavras do Ressuscitado ainda têm força para fazer vibrar os nossos corações, dois mil anos depois", disse o Pontífice. Uma admiração que não é diferente daquela vivida pelos cardeais reunidos hoje com o Papa:

"Irmãos, esta admiração é um caminho de salvação! Que Deus a mantenha sempre viva em nós, porque nos liberta da tentação de nos sentirmos 'à altura', de nutrir a falsa segurança de que hoje, na realidade, é diferente, não é mais como era no início, hoje a Igreja é grande, é sólida, e situamo-nos nos graus eminentes da sua hierarquia... Sim, há alguma verdade nisso, mas também há tanto engano, com que o Mentiroso tenta mundanizar os seguidores de Cristo e torná-los inofensivos."

Em Cristo e com Cristo

O Papa conduziu a homilia especialmente aos 20 novos cardeais criados no oitavo Consistório do seu pontificado, entre os quais, o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, e o arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner. E, também, aos quatro países pela primeira vez representados - Mongólia, Paraguai, Cingapura e Timor Leste - ao concluir:

"A Palavra de Deus hoje desperta em nós admiração de estar na Igreja, de ser Igreja! E é isto que torna atraente a comunidade dos crentes, primeiro para si e depois para todos: o duplo mistério de ser abençoado em Cristo e ir com Cristo ao mundo. Esta admiração não diminui em nós com o passar dos anos, nem diminui com o crescimento das nossas responsabilidades na Igreja. Graças a Deus não. Fortalece-se, torna-se mais profunda. Estou certo de que é assim também para vós, queridos Irmãos, que entram a fazer parte do Colégio Cardinalício."

VN

Sem comentários:

Enviar um comentário