15 agosto 2022

O Papa Francisco: Magnificat, "o cântico da esperança"

 

  Papa Francisco no Angelus  (Vatican Media)  
 

No Angelus desta segunda-feira, Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, o Papa explicou o significado do Magnificat, o canto da Mãe de Jesus que nos foi transmitido pelo Evangelho de Lucas, que narra a obra de Deus na história e também anuncia uma inversão de valores, profetizando o que Jesus dirá. 

 

Silvonei José – Vatican News

“A Virgem Maria profetiza: profetiza que ter o primeiro lugar não é o poder, o sucesso e o dinheiro, mas o serviço, a humildade e o amor”. Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus desta segunda-feira, Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria.

O Evangelho – disse Francisco - propõe-nos o diálogo entre Maria e a sua prima Isabel. “Quando Maria entra em casa e saúda Isabel, diz-lhe: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". Estas palavras, cheias de fé, alegria e encanto, passaram a fazer parte da "Ave Maria". Cada vez que recitamos esta oração tão bonita e familiar, fazemos como Isabel: saudamos Maria e a bendizemos, porque ela traz-nos Jesus. Maria acolhe a bênção de Isabel e responde com o cântico, um presente para nós, para toda a história, o Magnificat. é um canto de louvor, que poderíamos definir como "o cântico da esperança".

É um hino de louvor e exultação pelas grandes coisas que o Senhor realizou nela, mas Maria vai mais longe:

“Contempla a obra de Deus em toda a história do seu povo. Diz, por exemplo, que o Senhor "derrubou do trono os poderosos, exaltou os humildes, saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos".

 

  Angelus Praça São Pedro  

Pequena e humilde

Mas quer-nos dizer algo de mais importante”, destaca o Papa Francisco:

Ela, pequena e humilde, foi elevada e – festejamos hoje – levada à glória do Céu, enquanto os poderosos do mundo estão destinados a permanecer de mãos vazias. Nossa Senhora, noutras palavras, anuncia uma mudança radical, uma inversão de valores. Enquanto fala com Isabel tendo Jesus no ventre, antecipa o que o seu Filho dirá, quando proclamará bem-aventurados os pobres e humildes e advertirá os ricos e os que confiam na sua própria autossuficiência.

A Virgem, portanto, profetiza que a ter o primeiro lugar não é o poder, o sucesso e o dinheiro, mas o serviço, a humildade e o amor. "Olhando para ela na glória, compreendemos que o verdadeiro poder é o serviço e que reinar significa amar. E que este é o caminho para o céu".

Francisco destaca que a inversão profética anunciada por Maria toca a vida de cada um de nós se acreditamos “que amar é reinar e servir é poder. Que a meta do meu viver é o Céu, o paraíso? Ou preocupo-me somente com coisas terrenas, materiais? E ainda, observando os acontecimentos do mundo, deixo-me tomar pelo pessimismo ou, como a Virgem, sei perceber a obra de Deus que, com mansidão e pequenez, realiza grandes coisas?

 

 Angelus Praça São Pedro 

Maria canta a esperança

“Maria, hoje canta a esperança e reacende em nós a esperança: nela vemos a meta do caminho: ela é a primeira criatura que com tudo de si, de corpo e alma, chega vitoriosa à meta do Céu”.

Maria - continuou o Papa -, “mostra-nos que o Céu está ao alcance da mão, se também nós não cedermos ao pecado, louvarmos a Deus com humildade e servirmos aos outros com generosidade.

Não ceder ao pecado. Mas, alguém pode dizer: "Mas, padre, eu sou fraco" - "Mas o Senhor está sempre perto de ti, pois é misericordioso". Não se esqueçam qual é o estilo de Deus: proximidade, compaixão e ternura. Sempre perto de nós com o seu estilo.

O Papa Francisco concluiu afirmando que Maria, nossa Mãe, “toma-nos pela mão, acompanha-nos à glória, convida-nos a regozijar-nos pensando no paraíso. Bendigamos Maria com a nossa oração e peçamos-lhe um olhar profético, capaz de vislumbrar o Céu na terra”.

VN

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