05 abril 2022

Dom Christian Carlassare, bispo de Rumbeck, cerimónia de posse

 

  Dom Christian Carlassare, bispo de Rumbeck, cerimóia de posse  
 
O bispo da diocese de Rumbek expressa alegria pela anunciada visita do Papa Francisco ao país da África Oriental em julho próximo: "Será de grande incentivo também para a Igreja local engajada no longo processo de reconciliação". O prelado, ferido num ataque no ano passado, dirigiu-se aos agressores e reiterou: "para mim, reiniciar significa perdoar".
 

Federico Piana – Vatican News

Alguns dias após a etapa em Malta, o olhar dirige-se agora para a próxima viagem apostólica do Papa Francisco ao Sudão do Sul, programada para 5-7 de julho, que será "o cumprimento de uma ação iniciada pelo Pontífice há muito tempo para pedir a paz para este país". Esta é a convicção de dom Christian Carlassare, bispo da diocese sudanesa de Rumbek, cuja ordenação episcopal e posterior cerimónia de posse ocorreu no dia 25 de março passado.

Perdão e esperança na África Oriental

O prelado sabe bem como é difícil levar a paz a esta nação da África Oriental devastada por anos de luta tribal e política, mas também enormemente provada pela pobreza extrema. Ele experimentou ódio e violência sobre a sua pele quando, na noite de 25 de abril do ano passado, foi baleado nas pernas num ataque realizado logo após o anúncio da sua nomeação como bispo de Rumbek. Mas ele nunca perdeu a esperança: "Para mim, reiniciar significa perdoar, porque sem o perdão não haveria reinício. A misericórdia, por outro lado, torna-se a capacidade de estabelecer relações e reconstruir relações de onde foram interrompidas", afirma com voz serena.

 

 D. Christian Carlassare, bispo da diocese sudanesa de Rumbek 

A visita do Papa Francisco é, portanto, parte dessa profunda esperança. A visita do Papa", explica o bispo, "dará um importante impulso ao processo de paz que afetará todas as comunidades, especialmente as mais frustradas e marginalizadas". Não somente. Para dom Carlassare, a presença do Papa será também um estímulo para a Igreja local empenhada em curar as feridas da população: "Será um grande estímulo para que a Igreja seja um verdadeiro instrumento de reconciliação e de paz através das muitas obras já presentes no país: desde as de evangelização até às de promoção humana baseada no cuidado total do homem".

Abraçando o Papa

Alguns dias antes da sua ordenação episcopal e cerimóia de posse, D.Carlassare foi recebido pelo Papa Francisco no Vaticano. Para mim, disse ele, "foi uma grande alegria poder encontrar pessoalmente o Santo Padre". Foi um momento muito simples de grande harmonia no qual ele me disse algumas palavras essenciais: 'Não tenha medo, o Senhor o acompanha sempre e o apoia'. A bênção que ele me deu é a de um homem que confiou no Senhor e está a dar a sua vida pela Igreja, e é por isso que eu a considero muito importante".

VN

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