02 março 2022

Papa: levar no coração os ucranianos que sofrem

 
 Campo temporário para refugiados, em Przemyst 
 
O Papa Francisco agradeceu aos polacos. A Polónia faz fronteira com a Ucrânia e já recebeu mais de 450 mil refugiados
 

Vatican News

Um profundo agradecimento aos polacos pelo acolhimento dos ucranianos que fogem da guerra. Na Audiência Geral, o Papa Francisco dirigiu-se assim  ao saudar os polacos presentes na Sala Paulo VI:

Vocês, prioritariamente, apoiaram a Ucrânia abrindo as vossas fronteiras, os vossos corações e as portas das vossas casas para os ucranianos que fogem da guerra. Vocês estão a oferecer-lhes generosamente tudo o que é necessário para que possam viver com dignidade, não obstante a dramaticidade do momento. Estou profundamente grato a vós e vos abençoo de coração!

Saindo do texto escrito, o Papa contou que o franciscano que faz as leituras em polaco na Audiência é ucraniano e que neste momento “os seus pais estão em um refúgio no subsolo para se protegerem das bombas, num local próximo de Kiev”, e ele “continua a cumprir o seu dever aqui, connosco”:

Acompanhando-o, acompanhamos todas as pessoas que estão a sofrer com os bombardeamentos, os seus pais idosos e tantos idosos que se encontram no subsolo para se protegerem. Levemos no coração a recordação deste povo.

E dirigindo-se ao franciscano disse: “obrigado por continuar a trabalhar”.

 

Franciscano ucraniano que faz as leituras em polaco na Audiência Geral

 

De facto, desde o início da invasão russa, mais de 450.000 refugiados ucranianos entraram na Polónia, informou a Guarda de Fronteira polaca nas redes sociais. Somente na terça-feira, 1 de março, 98.000 pessoas entraram na Polónia. Segundo as Nações Unidas, cerca de 600.000 pessoas deixaram a Ucrânia devido à invasão russa. 

Primaz da Polónia disposto a acolher refugiados 

O bispo de Gniezno, Dom Wojciech Polak, ofereceu hospitalidade a refugiados da Ucrânia na tradicional residência dos primazes da Polónia.

Falando do empenho da Caritas da sua diocese na assistência aos refugiados, o primaz da Igreja na Polónia afirmou estar pronto, se necessário, “para recebê-los também sob o teto da minha casa".

A Igreja na Polónia está profundamente envolvida nestes dias, quer na ajuda aos refugiados como na ajuda às paróquias na Ucrânia. Um grupo de 50 refugiados já foi alojado na Casa dos peregrinos, no Santuário de Nossa Senhora negra de Czestochowa, enquanto a Diocese de Opole preparou 1.200 lugares nas estruturas eclesiais e na casa dos fiéis.

Em algumas dioceses, como a de Varsóvia, os comités de coordenação funcionam para responder melhor às necessidades dos imigrantes e para organizar o transporte de mercadorias necessárias para a Ucrânia.

 “Não vamos esquecer a ajuda que recebemos do Ocidente na década de 1980, quando existia na Polônia um estado de guerra. Agora chegou a hora em que nós podemos ajudar os outros", disse o Pe. Tadeusz Sowa da Caritas Varsóvia. 

VN

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