Uma oportunidade
Na
cidade de Lisboa, mais concretamente na paróquia de São Francisco
Xavier, no Restelo, a caminhada sinodal tem sido entendida como “uma
oportunidade grande”. “Não é por acaso que o caminho sinodal surge no
contexto pandémico. Fecharam-se as portas, os canais da graça e tudo
isto está com muita fragmentação – palavra utilizada pelo Papa Francisco
–, mas este caminho sinodal é uma reabertura, até com mais promessa,
porque as pessoas querem viver o seu cristianismo de uma forma mais
pura, mais direta, com os toques da graça que sentiram ao longo da vida.
Temos aqui uma oportunidade grande”, salienta, ao Jornal VOZ DA
VERDADE, a coordenadora paroquial do Sínodo, Dina Matos Ferreira. Quando
foi convidada pelo pároco, cónego José Manuel Ferreira, em novembro
passado, esta leiga de 54 anos procurou “interpretar o pensamento do
Papa Francisco” e “o que ele pretendia desta caminhada sinodal”. “Uma
das coisas que me chamou à atenção é que um dos frutos da caminhada
sinodal sejam os próprios encontros. Mais do que as sínteses, o
importante é pôr as pessoas a caminhar, pôr as pessoas em contacto umas
com as outras. Promover os encontros já é, por si, um fruto da caminhada
sinodal”, garante. Considerando que no Restelo “as pessoas são muito
qualificadas”, a responsável destaca “os convites” para os encontros
sinodais, feitos “através dos meios da paróquia” e “de cartazes” que
foram produzidos. “Cada uma das pessoas que vai aos encontros é
convidada a replicar os encontros sinodais com outras realidades, com as
suas próprias realidades de trabalho, de família, de amigos, etc. Estas
replicações é que têm sido muito curiosas, porque têm-nos chegado
terceiras linhas de encontro, numa dispersão muito saudável, muito na
lógica dos primeiros cristãos, com muita frescura, que nos mostra, na
nossa realidade paroquial, quais são os pontos onde somos chamados a
crescer como comunidade, o que é muito bonito”, manifesta, sublinhando
que “no último encontro havia pessoas com uma diferença de 50 anos”.
“Tínhamos uma pessoa com 74 anos e uma rapariga com 24 anos, o que dá um
fresco muitíssimo interessante”, garante Dina, que está casada há 22
anos e tem três filhos.
No caminho sinodal, a paróquia de São
Francisco Xavier tem procurado “valorizar públicos de fronteira”, como
“as crianças, os idosos e as pessoas que não estão na Igreja, que são ou
não batizadas, mas não praticam”. “Para os de fora, como não se sentem
tão à vontade para aparecer nos encontros, criámos um Google Forms, com
perguntas, que todos podem responder e têm respondido. Claro que
preferíamos encontros presenciais – e ainda vou tentar convocar algum –,
porque é a eles que somos chamados, mas estes testemunhos já implicam
um pôr-se a caminho e um abrir-se ao outro. Isso já é muito bonito e já
traduz uma caminhada”, enaltece Dina, desejando que “todos os
paroquianos e todos os batizados fossem impactados e acabassem este
caminho sinodal com uma responsabilidade dentro da paróquia”. “É a isso
que somos chamados, é esse o caminho transformador”, ambiciona.
Sair da área de conforto
Na
paróquia de Rio de Mouro, na Vigararia de Sintra, o caminho sinodal tem
levado a comunidade cristã a “sair da área de conforto”. Mesmo sendo
“uma experiência que as pessoas ainda estão a assimilar”, segundo
explica a coordenadora paroquial do Sínodo, Ana Cristina Silva, ao
Jornal VOZ DA VERDADE. “A comunidade sente que este caminho sinodal é
algo diferente em relação ao Sínodo Diocesano, e que envolve um pouco
mais o sair da área de conforto. Estamos habituados a fazer, entre
grupos, as partilhas e houve esta sugestão de fazer uma coisa diferente
que é ouvir a partilha de outros grupos, de outros movimentos, de outros
lugares, nesta caminhada. Por isso, o caminho sinodal é algo diferente,
de desinstalar, e está a ser uma experiência a ser assimilada”, refere.
- Leia o artigo completo na edição do dia 6 de fevereiro do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.
Patriarcado de Lisboa
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