Roberta Barbi - Cidade do Vaticano
Hoje é o Dia Mundial Contra a Hanseníase. O Papa Francisco recorda-o nas suas palavras após a recitação do Angelus, exortando ao empenho a favor das pessoas acometidas por este mal:
Manifesto a minha proximidade aos que sofrem desta doença e faço votos para que não lhes falte apoio espiritual e cuidados de saúde. É necessário trabalhar juntos para a plena integração dessas pessoas, superando qualquer discriminação associada a uma doença que, infelizmente, ainda atinge muitos, principalmente em contextos sociais mais desfavorecidos.
Uma doença ainda disseminada no mundo
"Em cada três minutos é registado um novo contágio de hanseníase no mundo e um doente em cada 10 é uma criança". Estes são os dados atualizados da Organização Mundial da Saúde relatados por Guido Barbera, presidente da associação "Quero viver" e membro do conselho da União internacional Raoul Follereau, em comunicado publicado pela agência Sir tendo com vista ao dia de hoje .
"O tempo médio de incubação da doença é de 5 anos, mas pode até chegar a 10 - continuou - com a consequência óbvia de que durante este tempo as pessoas assintomáticas podem disseminá-la". A hanseníase é uma doença que afeta a pele e o sistema nervoso periférico, mas que pode ser controlada com a aplicação de protocolos adequados. Infelizmente, este não é o caso quando o diagnóstico é tardio: "Muitos doentes não foram diagnosticados, 64% são agora graves e 7% são crianças. Todos os anos, pelo menos 15 mil crianças são infetadas e 11 mil infetados sofrem doenças irreversíveis".
Agravamento da situação com a pandemia de Covid
No relatório anual sobre hanseníase publicado pela OMS em setembro passado, fica claro que essa doença ainda é um problema de saúde pública em muitos países, mas apenas 127 Estados forneceram dados atualizados até 2020, um sinal claro da dificuldade em encontrar informações com a sobreposição da pandemia de Covid.
De acordo com o relatório, de facto, houve uma queda de 37,1% de pacientes em 2020 em relação a 2019, mas a Índia (em primeiro lugar) foi confirmada como um dos países mais atingidos por esse problema, seguido do Brasil e Indonésia.
A situação no Bangladesh, República Democrática do Congo, Etiópia, Filipinas, Madagascar, Mianmar, Moçambique, Nepal, Nigéria, Somália, Sri Lanka e Tanzânia também é preocupante. Especialmente em África, de acordo com os dados divulgados no site da Associação AIFO – Associação Italiana de Amigos de Raoul Follereau, devido à baixa capacidade de reconhecer os sintomas precocemente, ainda há 5,6% dos pacientes de hanseníase que relatam deficiências graves, das quais 4,3% têm menos de 15 anos.
VN
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