21 janeiro 2022

Domingo da Palavra de Deus: “Vida da Igreja tem de ser marcada pela centralidade da Palavra de Deus”

 

 

Autor do guia de leitura que conduziu o ano da Palavra no Patriarcado de Lisboa, no ano pastoral 2017/18, o padre Ricardo Figueiredo considera que o Domingo da Palavra de Deus, instituído pelo Papa Francisco e que a Igreja celebra neste dia 23 de janeiro, é uma oportunidade para “reconhecer a importância da Palavra de Deus, que tantas vezes fica esquecida”. “Temos de pôr a Palavra de Deus no coração daquilo que são as nossas práticas”, aponta.

Foi através do Motu Proprio ‘Aperuit illis’, de 30 de setembro de 2019, que o Papa Francisco estabeleceu que “o III Domingo do Tempo Comum seja dedicado à celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus”. Para o padre Ricardo Figueiredo, que escreveu o guia de leitura para o ano da Palavra na diocese, no ano pastoral 2017/18, esta iniciativa do Papa teve coincidência com o que o Patriarcado de Lisboa tinha vivido. “Na altura em que foi criado o Domingo da Palavra de Deus, em 2019, em tom de brincadeira dissemos que o Papa estava atento à Diocese de Lisboa, que tinha tido o ano da Palavra”, observa o sacerdote, ao Jornal VOZ DA VERDADE, acrescentando depois que “o Papa teve esta necessidade de instituir este dia para todo mundo” para se “reconhecer a importância da Palavra de Deus”. “Fazendo o diagnóstico com seriedade, havia um défice da Palavra de Deus naquilo que é a vida da Igreja. Muitas vezes, contamos apenas com os nossos critérios pessoais e não usamos a Palavra de Deus como aquilo que ilumina a nossa vida cristã, a nossa vida comunitária, a vida paroquial, a vida diocesana”, alerta o padre Ricardo.
O Domingo da Palavra de Deus acontece, a cada ano, “quase no início do ano” civil. “O Papa vem reconhecer que toda a nossa vida, enquanto Igreja, tem de ser marcada por esta centralidade da Palavra de Deus. Portanto, foi com grande alegria que recebi isto. Ter um Domingo da Palavra recorda-nos que tudo aquilo que é a nossa ação na Igreja, aquilo que é na nossa pregação, aquilo que é a nossa oração, tem de ser alimentado, fecundado, pela Palavra de Deus”, deseja.

O lugar onde nasce a fé
O Patriarcado de Lisboa dedicou então o ano pastoral 2017/18 ao tema ‘Fazer da Palavra de Deus o lugar onde nasce a fé’, naquele que foi o primeiro ano da receção sinodal, após o Sínodo Diocesano 2016. O padre Ricardo Figueiredo recorda que o tema “tinha sido retirado da Constituição Sinodal de Lisboa” e foi mesmo “dos mais votados”. “As prioridades para os quatro anos de receção sinodal foram pontos da Constituição Sinodal de Lisboa que foram votados e este ponto da Palavra de Deus foi um dos mais votados nas várias instâncias que foram consultadas, penso que de forma quase unânime, como uma grande necessidade que há na nossa diocese – e na Igreja em geral, diria –, de termos a Palavra de Deus como uma realidade central daquilo que é a nossa vida cristã. De facto, é reconhecer a importância da Palavra de Deus, que tantas vezes fica esquecida. Já nem é ler outras coisas, é de facto vivermos numa sociedade e num ambiente tão rápido, com tanta oferta digital, com tanto som, com tanta coisa, que a Palavra de Deus, muitas vezes, pode ser esquecida”, alerta o sacerdote, que nesta próxima semana faz 32 anos. Neste sentido, para o jovem pároco, esse ano pastoral na diocese “sinalizou a Palavra de Deus como algo essencial para a vida cristã”. “O primeiro ponto fundamental é pôr a Palavra de Deus no coração daquilo que são as nossas práticas, daquilo que é nossa oração, daquilo que são os nossos critérios pastorais, daquilo que são as nossas vivências enquanto Igreja. Ser tudo alimentado a partir da Palavra de Deus e não só da nossa criatividade – ou melhor, a nossa criatividade ser fecundada pela Palavra de Deus e pelos critérios da Palavra de Deus”, explica.

 

Leia o artigo completo na edição do dia 23 de janeiro do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível aqui e nas paróquias ou em sua casa.

 Patriarcado de Lisboa

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