Vatican News
O segundo dia de viagem do Papa Francisco começou cedo com a cerimónia de boas-vindas no Palácio Presidencial da Eslováquia, seguida da visita de cortesia à Presidente da República, Zuzana Čaputová. Ali mesmo, no Palácio Presidencial, o Pontífice pronunciou o seu discurso às Autoridades, à Sociedade Civil e ao Corpo Diplomático.
“Vim como peregrino a um país jovem, mas com uma história antiga, a uma terra com raízes profundas situada no coração da Europa”, disse o Papa, citando o nascimento da Eslováquia há 28 anos atrás. Embora "jovens", os eslovacos cultivam duas expressões da hospitalidade eslava: o pão e o sal.
“O pão, escolhido por Deus para Se tornar presente entre nós, é essencial. A Escritura convida a não o acumular, mas a partilhá-lo. (...) Que ninguém seja estigmatizado ou discriminado. O olhar cristão não vê nos mais frágeis um peso ou um problema, mas irmãos e irmãs que devem ser acompanhados e defendidos.”
Mas não bastam estruturas organizadas e eficientes, disse ainda o Papa, é preciso sabor, o sabor da solidariedade.
“E como o sal só dá sabor dissolvendo-se, também a sociedade readquire sabor através da generosidade gratuita de quem se gasta pelos outros. É bom que os jovens, em particular, sejam motivados para isto.”
Francisco lamentou o sentimento de cansaço e frustração que acomete muito jovens na Europa, “iludidos por um espírito consumista que torna cinzenta a sua existência”. “O ingrediente que falta é cuidar dos outros: sentir-mo-nos responsáveis por alguém dá sabor à vida.”
O Pontífice advertiu para o risco das colonizações ideológicas: “Até algumas décadas atrás, nestas terras, um pensamento único impedia a liberdade; hoje, outro pensamento único esvazia-a de sentido, reduzindo o progresso ao lucro e os direitos a meras carências individualistas”.
Entretanto, Francisco considera a pandemia a "provação do nosso tempo", que nos ensinou que somos todos frágeis e necessitados dos outros.
“Tanto como indivíduo, como nação, ninguém se pode isolar. Acolhamos esta crise como um apelo a repensar os nossos estilos de vida. (...) Espero que o faças com os olhos voltados para o alto, como quando contemplas os vossos esplêndidos montes Tatra. (...) Cultivai esta beleza, a beleza do conjunto. Isto requer paciência e fadiga, coragem e partilha, zelo e criatividade. Mas é a obra humana que o Céu abençoa.”
O Papa concluiu o seu discurso arriscando algumas palavras em eslovaco, pedindo a Deus que abençoe o país (Nech Boh žehná Slovensko [Deus abençoe a Eslováquia!).
VN
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