Ontem à noite, quando rezávamos o Terço dos Homens na igreja paroquial da Marinha Grande, reparei na sombra projectada na parede junto ao sacrário.
E nessa sombra, (vista pelos olhos de quem reza), vi um homem de barba, segurando o seu chapéu atrás das costas, ajoelhado em cima de uma árvore e rezando à entrada de uma capela.
Coincidências, dirão alguns, não é mais do que uma sombra sem qualquer significado.
E têm razão, pois não é mais do que uma sombra projectada numa parede, mas a circunstância de ser ao lado do sacrário, de acontecer durante a recitação do terço, de estarmos num ambiente de recolhimento e oração, tudo pode transformar quando acreditamos que Deus está presente em tudo e nos dá sinais, por vezes quase imperceptíveis, da Sua presença.
E ao ler o Evangelho de hoje, chamaram-me a atenção estes versículos: «Quando orardes, não digais muitas palavras, como os pagãos, porque pensam que serão atendidos por falarem muito.
Não sejais como eles, porque o vosso Pai bem sabe do que precisais, antes de vós Lho pedirdes.»
Reparei então que a sombra em causa representa também um silêncio, o silêncio de um homem em recolhimento, prostrado de joelhos, levantando a cara ao Céu, numa súplica humilde, (a sua postura de segurar o chapéu atrás das costas), em cima de uma árvore, (como Zaqueu), à procura de Jesus Cristo que ali passa, pois está no sacrário.
É um milagre, uma visão, um acontecimento místico, sequer?
Claro que não!
É apenas e tão só o Deus que nos fala quando estamos atentos e receptivos a crer que Ele está sempre connosco e que se compraz em dizer ao Homem: “Sei bem do que precisas. Acredita, ama, confia e espera, porque Eu estou sempre convosco!”
Obrigado, Senhor, glória a Ti por toda a eternidade.
Marinha Grande, 17 de Junho de 2021
Joaquim Mexia Alves
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