Jane Nogara - Vatican News
Concluindo a sua intensa jornada o Santo Padre dirigiu-se à catedral Sírio-Católica de Bagdad para um encontro com os bispos, religiosos e religiosas, seminaristas e catequistas. E iniciou a sua saudação com “paterno afeto” agradecendo ao Senhor por ter permitido este encontro. As suas primeiras palavras foram de recordação: “Estamos reunidos nesta Catedral de Nossa Senhora da Salvação, abençoados pelo sangue dos nossos irmãos e irmãs que aqui pagaram o preço extremo da sua fidelidade ao Senhor e à sua Igreja”. E continuou: “Que a recordação do seu sacrifício nos inspire a renovar a nossa confiança na força da Cruz e da sua mensagem salvífica de perdão, reconciliação e renascimento”.
Zelo Apostólico
Seguidamente dirigiu-se aos religiosos falando sobre a esperança e o zelo apostólico:
Considerando a situação do país Francisco animou aos presentes afirmando que “é fácil ser contagiado pelo vírus do desânimo que às vezes parece difundir-se ao nosso redor”. E sugere “o Senhor deu-nos uma vacina eficaz contra este vírus mau: é a esperança, que nasce da oração perseverante e da fidelidade diária ao nosso apostolado”. “Com esta vacina – continua o Papa - podemos prosseguir com energia sempre nova, para partilhar a alegria do Evangelho como discípulos missionários e sinais vivos da presença do Reino de Deus, Reino de santidade, justiça e paz”.
Animados pelo Evangelho
“Não esqueçamos jamais que Cristo é anunciado sobretudo com o testemunho de vidas transformadas pela alegria do Evangelho” disse o Papa afirmando que esta é uma mensagem necessária a todos. E continuou: “As dificuldades fazem parte da experiência diária dos fiéis iraquianos” por todos os sofrimentos que passaram e ainda passam pela fragilidade das infraestruturas básicas e a luta contínua pela segurança econômica e pessoal, assim o Papa agradece aos “irmãos bispos e sacerdotes, por terdes permanecido junto do vosso povo, apoiando-o, esforçando-vos por satisfazer as carências das pessoas e ajudando cada um a fazer a sua parte ao serviço do bem comum”.
Ao recordar a importância do apostolado educativo disse que as “Igrejas particulares constituem um recurso precioso para a vida quer da comunidade eclesial quer da sociedade inteira”. Acrescentando:
Comunidade de irmãos e irmãs
“O amor de Cristo pede-nos para colocar de lado qualquer tipo de egocentrismo e competição; impele-nos à comunhão universal e chama-nos a formar uma comunidade de irmãos e irmãs que se acolhem e cuidam mutuamente” afirma o Pontífice fazendo uma metáfora das diversas Igrejas e todos seus patrimônios como um belíssimo tapete formado por tantos fios de variegadas cores e entrelaçados, que “não só atesta a nossa fraternidade, mas remete também para a sua fonte, pois o próprio Deus é o artista que idealizou este tapete”.
Aos bispos: próximos aos sacerdotes
De seguida, Francisco dirigiu-se particularmente aos bispos solicitando: “Gosto de pensar no nosso ministério episcopal em termos de proximidade”. “De modo particular permanecei vizinhos dos vossos sacerdotes” pediu o Papa e continua “que não vos vejam como administradores ou gerentes, mas como pais preocupados por, que os filhos estejam bem, prontos a dar-lhes apoio e ânimo de coração aberto”.
O chamado a Cristo
“Amados sacerdotes, religiosos e religiosas, catequistas, seminaristas que vos preparais para o futuro ministério: todos vós ouvistes a voz do Senhor nos vossos corações e respondestes como o jovem Samuel: ‘Eis-me aqui’”. O Papa pede que todos os dias sejam renovadas estas palavras para “partilhar a Boa Nova com entusiasmo e coragem”.
E concluiu o pedido afirmando: “Quando servimos o próximo com dedicação (...) estamos realmente a servir a Jesus, como Ele mesmo nos disse. E servindo a Jesus nos outros, descobrimos a verdadeira alegria”. “Sede pastores servidores do povo, e não funcionários de Estado: sempre no povo de Deus, nunca separados como se fosseis uma classe privilegiada. Não renegueis esta nobre ‘estirpe’ que é o santo povo de Deus”
Vítimas de todas as comunidades religiosas
“Gostaria de retornar agora”, prosseguiu o Papa, “aos nossos irmãos e irmãs que morreram no atentado terrorista de há dez anos nesta Catedral e cuja causa de beatificação está em andamento”. Ponderando que “a sua morte lembra-nos fortemente que o incitamento à guerra, os comportamentos de ódio, a violência e o derramamento de sangue são incompatíveis com os ensinamentos religiosos”. “E quero recordar todas as vítimas de violências e perseguições, pertencentes a qualquer comunidade religiosa”.
A riqueza dos jovens
Ao agradecer o empenho e esforço por serem operadores de paz que semeiam reconciliação e convivência fraterna o Papa recordou os jovens do país:
Por fim o Papa agradece: “Que o vosso testemunho, amadurecido nas adversidades e fortalecido pelo sangue dos mártires, seja uma luz que resplandece dentro e fora do Iraque, para anunciar a grandeza do Senhor e fazer exultar o espírito deste povo em Deus nosso Salvador".
VN
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