Papa: a esperança cristã é uma âncora que dá sentido à vida
2020.11.10 Santa Messa pro difunti e preghiera nelle tomb del Cimitero Teutónico e nelle Grotte Vatican
"A esperança
cristã é uma âncora. Sei que o meu Redentor está vivo e eu O verei. Esta
certeza é um dom de Deus, devemos pedi-la e jamais a merecemos. É
graça", disse o Papa Francisco ao presidir à missa no Dia de Finados
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
A primeira leitura, extraída do Livro de Jó, inspirou a homilia do Papa Francisco neste Dia de Finados.
A missa foi presidida na capela do cemitério Campo Santo Teutónico, dentro do Estado da Cidade do Vaticano.
Na presença de pouco mais de uma dezena de pessoas, entre sacerdotes,
consagradas e leigos, o Pontífice ressaltou a virtude da esperança
cristã, “dom e graça a ser pedida”.
Meu Redentor está vivo
Derrotado, ou melhor, acabado na sua existência pela doença, quase
sem pele, no ponto de morte, quase sem carne, Jó tem uma certeza e diz:
“Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará
sobre o pó”.
No momento em que Jó está mais abatido, disse o Papa, há aquele
abraço de luz e calor que o consola: “Eu verei o Redentor”. Esta certeza
no momento quase finito da vida, afirmou, é a esperança cristã.
“Uma esperança que é um dom: nós não podemos ter; é um dom que
devemos pedir: ‘Senhor, dê-me a esperança’. Há tantas coisas más que
nos levam a desesperar, a acreditar que tudo será uma derrota final, que
depois da morte não haverá nada… E a voz de Jó ressoa: ‘Eu sei que o meu
redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó e eu o
verei, eu mesmo, com estes olhos’.”
A esperança não desilude, acrescentou o Pontífice.
“A esperança atrai-nos e dá-nos um sentido à vida. Eu não vejo o
além, mas a esperança é o dom de Deus que nos atrai rumo à vida, à
alegria eterna. A esperança é uma âncora que nós temos do outro lado:
nós, agarrados à corda, sustentam-mo-nos.”
Dado, doado, graça
Francisco repetiu mais uma vez que a esperança é um dom de Deus, que
jamais podemos tê-lo com as nossas forças, “é dom gratuito que jamais
merecemos: é dado, doado. É graça”.
“A vida na esperança é viver assim: agarrados, com a corda nas
mãos, sabendo que a âncora está lá em baixo. E esta âncora não desilude.”
O Papa concluiu recomendando a olhar para os cemitérios no dia de
hoje e repetir as palavras de Jó: "Eu sei que o meu redentor está vivo e
que, por último, se levantará sobre o pó. Eu mesmo o verei, os meus olhos o
contemplarão".
“E esta é a força que nos dá a esperança, este dom gratuito que é a virtude da esperança. Que o Senhor a conceda a todos nós.”
Cripta Vaticana
Após a celebração, como é costume no Dia de Finados, o Papa Francisco
foi até a cripta vaticana para um momento de oração junto ao túmulo dos
Papas ali sepultados.
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