A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou hoje uma nova nota sobre o agravamento da pandemia de Covid-19 e o novo estado de emergência no país, apelando a “comportamentos responsáveis” da sociedade e das comunidades católicas.
“Dada
a gravidade da situação, apelamos a todos para que adotem
comportamentos responsáveis nos mais diversos setores da sua vida e
atividade e respeitem as determinações das autoridades constituídas, com
o objetivo de travar e controlar a vaga de contágios”, refere o documento, intitulado ‘Viver e celebrar a fé em tempo de pandemia’.
“Este comportamento responsável deve ser vivido após as celebrações
litúrgicas mais festivas (Batizados, Comunhões, Crismas e Casamentos),
evitando sempre as concentrações fora das igrejas e nas próprias casas”,
acrescenta o texto.
Os bispos
portugueses manifestam-se solidários com as “dificuldades e sofrimentos”
dos cidadãos, mostrando-se “preocupados com o alastrar da Covid-19, com
riscos agravados para a vida e saúde”.
A nota aborda as
possíveis limitações às celebrações dominicais da Eucaristia e sessões
de catequese, durante o novo estado de emergência, recordando que
“segundo a lei litúrgica, a celebração do Domingo começa com as
primeiras vésperas”. “A lei canónica alargou o tempo útil para a
participação na Missa de preceito para a tarde precedente. Trata-se de
uma lei geral da Igreja que só pode ser alterada pela Sé Apostólica”,
explicam os Bispos, acrescentando que “a impossibilidade de cumprir o
preceito dominical não dispensa ninguém – nem mesmo quem não pode ou não
deve sair de casa por motivos alheios à sua vontade – de cumprir o
mandamento divino de santificar o dia do Senhor”. Os bispos apresentam
alternativas como “participar na Eucaristia no sábado ou noutro dia da
semana; realizar com amor os serviços da convivência familiar, sem
descurar o conveniente repouso do corpo e do espírito; dedicar um tempo
razoável à oração pessoal e, se possível, em família, com a leitura da
Sagrada Escritura e outros exercícios de piedade; unir-se
espiritualmente, se possível, a alguma celebração eucarística
transmitida pela rádio, televisão ou internet; estabelecer contacto,
pelos meios disponíveis, com familiares, amigos e conhecidos,
privilegiando os que mais sofrem a doença ou a solidão; estar
solidariamente atentos às necessidades e alegrias dos vizinhos”.
Em
relação à catequese presencial, quando esta não for possível, a CEP
pede aos catequistas para se manterem em contacto com os catequizandos e
suas famílias e que, “grupo por grupo, vão avaliando as possibilidades
de lhes proporcionarem este serviço”, por meios digitais e outros”. “Em
todo o caso, responsabilizem-se os pais pelo acompanhamento dos filhos
durante eventuais sessões de catequese à distância para os ajudarem a
concentrar-se nas mesmas e para esclarecer as incompreensões e dúvidas
que os filhos possam ter; sem este envolvimento da família, a catequese
por meios digitais será uma ilusão”, aponta o documento.
A
CEP agradece o “trabalho dedicado e criativo” de sacerdotes, diáconos e
agentes pastorais, ao serviço das comunidades, Instituições
Particulares de Solidariedade Social e capelanias. “Confiamos todos vós,
as vossas famílias e as vossas comunidades ao amparo de Santa Maria,
Senhora do Rosário de Fátima e Mãe da Igreja, pedindo, por sua
intercessão, que o Senhor nos confirme na fé e na caridade, nos ajude a
superar esta crise e a colaborar na construção de um mundo mais
solidário e fraterno”, conclui o documento, aprovado hoje na Assembleia
Plenária que decorre de forma presencial, em Fátima, e online, desde
quarta-feira.
com Ecclesia
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