28 agosto 2024

DIÁLOGOS COM O SENHOR 29 - A DECISÃO

 


 

Então o que decides sobre esse assunto que tens de resolver?

Oh, Senhor, não sei bem pois tenho, pelo menos, duas soluções, julgo eu.

E ambas são justas e dignas?

Bem, uma julgo que o é, mas a outra teria que “torcer” um pouco a consciência para conseguir ter êxito, mas é muito mais fácil do que a outra.

Então, volto a perguntar, qual delas escolhes?

Bem, Senhor, eu gostava muito que me dissesses qual eu deveria escolher.

Mas Eu já te disse!

Como, Senhor?

Com tudo o que ensinei, com tudo o que está escrito na Minha Palavra, com tudo o que te ensina a Igreja.

Pois, Senhor, mas eu penso que a solução mais fácil, não é assim tão má.

Não é assim tão má ou não tem nada errado?

Bem, não será completamente correcta, mas também não é algo de muito mau.

Pergunto-te mais uma vez, o que decides então?

E eu volto a pedir-Te, Senhor, que me digas qual devo escolher?

Eu não to posso dizer. Dei-te tudo o que precisas para tomares a decisão correcta, mas não a posso tomar por ti, porque senão violaria a tua liberdade, a liberdade que Eu te dei.

Ah, Senhor, mas eu cedo na minha liberdade e assim podes dizer-me.

Nem isso te posso fazer, porque a liberdade é fruto do Meu amor por ti, e eu nunca abdico de te amar, mesmo quando fraquejas.

Está bem, Senhor. Entrego-me nas Tuas mãos, rezo e decido.

Qual foi então a tua decisão?

Não posso ir contra a minha consciência cristã, não posso “torcer” a verdade para alcançar uma solução, por isso, e porque só assim faço a Tua vontade, vou pela solução mais difícil, mas que é aquela que é justa, digna e correcta.

Eu te abençoo, meu filho. Vai que Eu estou sempre contigo.

Obrigado, Senhor, pelo Teu amor e porque afinal me disseste claramente que decisão eu devia tomar. Eu é que não queria ver a verdade que é só uma. A que vem de Ti, que és o Caminho, a Verdade e a Vida.

 

Marinha Grande, 28 de Agosto de 2024

Joaquim Mexia Alves

Papa: repelir os migrantes é pecado grave. A indiferença mata

 
 
A Audiência Geral voltou à Praça de São Pedro, nesta quarta-feira, 28 de agosto. O Pontífice dedicou a sua catequese ao drama dos migrantes: que mares e desertos não se tornem cemitérios. 
 

Vatican News

"Mar e deserto" foi o título da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 28 de agosto. O Pontífice fez uma pausa no seu ciclo sobre o Espírito Santo para solidarizar-se com as pessoas que – mesmo no momento presente – arriscam em viagens perigosas para viver em paz e segurança noutro lugar.

O pecado do rechaço

Ao falar de mares e desertos, o Papa referiu-se a todas as águas traiçoeiras e territórios inacessíveis e inóspitos: “As atuais rotas migratórias são frequentemente marcadas por travessias que para muitas, demasiadas pessoas, são mortais”, denunciou o Pontífice. Como Bispo de Roma, Francisco concentrou-se no caso emblemático do Mediterrâneo, que se tornou um cemitério.

“E a tragédia é que muitos destes mortos, a maioria, poderiam ter sido salvos. É preciso dizê-lo claramente: há quem trabalhe de forma sistemática e com todos os meios para repelir os migrantes. E isto, quando feito com consciência e responsabilidade, é um pecado grave.”

O órfão, a viúva e o estrangeiro, destacou o Papa, são os pobres por excelência que Deus sempre defende e nos pede para defender.

Mas não só mares, alguns desertos também se tornam cemitérios de migrantes. E citou um dos casos que conheceu pessoalmente, o do camaronês Mbengue Nyimbilo Crepin, conhecido como Pato, cuja mulher Matyla e a filha Marie, de seis anos, morreram de fome e sede no deserto.

 “Na era dos satélites e dos drones, há homens, mulheres e crianças migrantes que ninguém deve ver. Só Deus os vê e ouve o seu clamor. E esta é uma crueldade da nossa civilização."

O Pontífice recordou que o mar e o deserto são também lugares bíblicos repletos de valor simbólico, que testemunham o drama da opressão e da escravatura. E Deus nunca abandona o seu povo: está com eles, sofre, chora e espera com eles. 

“O Senhor está com os nossos migrantes no mare nostrum, o Senhor está com os migrantes, não com quem os rejeita.”

A indiferença mata

Neste cenário mortífero, promover leis mais restritivas e militarizar as fronteiras não são a solução. Em vez disso, é preciso expandir rotas de acesso seguras e regulares, facilitando o refúgio para aqueles que fogem de guerras, violência, perseguições e vários desastres.

Mas não só, necessita-se de uma governação global das migrações baseada na justiça, na fraternidade e na solidariedade, combatendo ao mesmo tempo o tráfico de seres humanos.

Francisco concluiu convidando os fiéis a pensarem nas tragédias migratórias, como nas cidades de Lampedusa e Crotone, e enaltecendo os “bons samaritanos” que fazem tudo para ajudá-los, como os voluntários da associação “Mediterranea Saving Humans”“Estes homens e mulheres corajosos são sinal de uma humanidade que não se deixa contagiar pela má cultura da indiferença e do descarte". 

“O que mata os migrantes é a nossa indiferença e a atitude de descarte.”

Todos os cristãos podem contribuir, acrescentou o Pontífice, ninguém está excluído desta luta de civilização. Há muitos modos, começando pela oração:

“E a vós, pergunto: Rezam pelos migrantes, por quem vem às nossas terras para salvar a vida? E há quem queira expulsá-los.” Por fim, um apelo:

“Queridos irmãos e irmãs, unamos os nossos corações e forças, para que os mares e os desertos não sejam cemitérios, mas espaços onde Deus possa abrir caminhos de liberdade e fraternidade.”

VN

26 agosto 2024

HÁ FRASES … E FRASES CRISTÃS!

 


 

 

Há tempos atrás li esta frase em qualquer sítio da internet.

"Você tem que estar disposto a dar sua vida para defender a fé de todos os outros, mesmo que não seja a tua fé." Beato Álvaro Del Portillo

Sabendo que hoje em dia, infelizmente, muitas frases são falsas ou falsamente atribuídas a Beatos, Santos e pessoas da Igreja, como por exemplo o Papa Francisco, (que é particularmente citado nesse tipo de frases/mensagens), e pensando que, embora a referida frase nos remeta para um proceder cristão, embora não no sentido de defender a fé dos outros, mas sim defender a liberdade dos outros praticarem a sua fé, perguntei por email à Opus Dei da veracidade de tal frase.

Foi-me, simpaticamente, respondido que não foi possível encontrar tal frase nos escritos e memórias do Beato Álvaro Del Portillo.

Realmente a frase, tirando aquele pormenor referido, revela uma verdade, que é o dever de todo o cristão defender o próximo, em tudo, e até na vivência da fé de cada um.

Jesus Cristo di-lo por outras palavras: «Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles, porque isto é a Lei e os Profetas.» Mt 7, 12

Mas esta situação acontecida com esta frase, falsamente atribuída a um Beato, deve levar-nos a pensar nas inúmeras frases atribuídas a tantos outros, principalmente o Papa Francisco.

É que ao lermos essas frases, elas parecem-nos lindíssimas, cheias de conteúdo, de verdade, mas quando as lemos atentamente percebemos que, a maior parte das vezes, no meio de todo esse conteúdo estão pensamentos errados, ou no mínimo distorcidos, do que é a verdade cristã ensinada por Cristo e pela Igreja.

Para lhes dar credibilidade precisam então de citar alguém que mereça essa credibilidade, como o Papa, Bispos, Sacerdotes, e, até mesmo, Santos e Beatos da Igreja.

Sabemos bem, ou devíamos saber, que o inimigo da Fé Cristã, tem como sua melhor maneira de actuar, a manipulação, o disfarce, o fazer parecer verdade, aquilo que afinal é mentira.

E cada um de nós, cristãos, quando sem discernirmos, procurando a verdadeira autoria e veracidade de tais frases, as publicamos, reencaminhamos, etc., estamos, mesmo sem querermos, a pactuar com a divulgação de uma falsidade que pode induzir os outros em erro.

E afinal é fácil perceber que, por exemplo, as frases do Papa Francisco, poderão ser aferidas, comprovadas, nos sites da Santa Sé, e, se não temos a certeza da sua autoria, não as devemos publicar ou reencaminhar, quer as dele, quer as de outros.

«Se permanecerdes fiéis à minha mensagem, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.» Jo 8, 31-32

 

Marinha Grande, 26 de Agosto de 2024

Joaquim Mexia Alves

25 agosto 2024

Papa no Angelus: não é fácil seguir Jesus, precisamos de estar próximos na oração e humildade

 
 

"Não é fácil seguir o Senhor, compreender o seu modo de agir", concordou Francisco na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus deste domingo (25/08). O caminho dá-se, orientou o Pontífice, estando mais próximo dele, do Evangelho, recebendo a graça nos Sacramentos, rezando e imitando Jesus na humildade e na caridade: assim "experimentamos a beleza de tê-lo como Amigo, e percebemos que só Ele tem 'palavras de vida eterna'".

 

Andressa Collet - Vatican News

Neste domingo (25/08), de tradicional oração mariana do Angelus com o Papa na Praça de São Pedro, Francisco refletiu sobre o evangelho do dia (Jo 6,60-69) que se refere à famosa resposta de São Pedro, que diz a Jesus: «a quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). "É uma linda resposta e expressão" que testemunha a amizade e a confiança que ligam os discípulos a Cristo, comentou o Pontífice na alocução que precedeu o Angelus.

Pedro, explicou o Papa, pronunciou esta expressão num "momento crítico" e de discurso de Jesus, que muitos não compreenderam e o abandonaram. "Os Doze, porém, não: permaneceram", ponderou Francisco, porque encontraram em Jesus "palavras de vida eterna".

"Não é fácil segui-Lo. No entanto, entre os muitos mestres daquele tempo, Pedro e os outros apóstolos só encontraram nele a resposta à sede de vida, à sede de alegria, à sede de amor que os anima; só graças a Ele experimentaram a plenitude da vida que procuram, além dos limites do pecado e até da morte. Portanto, eles não se vão embora: na verdade, todos, exceto um, apesar de muitas quedas e arrependimentos, permanecerão com Ele até ao fim (ver João 17:12)."

Como seguir o Senhor?

O Papa, então, insiste na explicação da dificuldade de compreender "o que o Mestre diz e faz". As escolhas de Jesus, continua Francisco, "muitas vezes ultrapassam a mentalidade comum":

“Também para nós, de facto, não é fácil seguir o Senhor, compreender o seu modo de agir, fazer nossos os seus critérios e os seus exemplos: para nós não é fácil. Porém, quanto mais estamos próximos dEle - quanto mais aderimos ao seu Evangelho, recebemos a sua graça nos Sacramentos, permanecemos na sua companhia na oração, imitamo-Lo na humildade e na caridade -, mais experimentamos a beleza de tê-lo como Amigo, e percebemos que só Ele tem “palavras de vida eterna”.”

Ao finalizar, o Papa pediu a intercessão de Maria, "que acolheu Jesus, Palavra de Deus, na sua carne", para nos ajudar a ouvir Jesus, começando por questionar como anda a nossa proximidade com Ele:

"Então interroguemo-nos: como está Jesus presente na minha vida? Quanto me deixo tocar e provocar com as suas palavras? Posso dizer que também são para mim -'palavras de vida eterna? A ti, irmão, irmã, eu pergunto: as palavras de Jesus são para ti - também para mim - palavras de vida eterna?"

VN

21 agosto 2024

Papa: que o "mau cheiro" do nosso pecado não impeça de espalhar o "bom perfume" de Cristo

 
 
O "Espírito Santo no Batismo de Jesus" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, realizada na Sala Paulo VI. Ao ser ungido com o Espírito de Deus, Cristo concede a todos os cristãos a tarefa de espalhar o seu "bom perfume" no mundo e não o "mau cheiro" do próprio pecado.

Vatican News

A Sala Paulo VI acolheu milhares de fiéis e peregrinos para a Audiência Geral desta quarta-feira, 21 de agosto. O Papa deu continuidade ao ciclo de catequeses acerca do Espírito e da Esposa, meditando sobre como o Espírito Santo desceu em forma de pomba quando Jesus foi batizado por João, e dali se espalhou pelo Seu Corpo, que é a Igreja.

“Toda a Trindade reuniu-se naquele momento nas margens do Jordão!”, comentou Francisco. O batismo de Jesus foi tão importante, que todos os evangelistas falaram sobre ele. E a importância reside no facto de, naquele episódio, Deus Pai ungiu Jesus com o Seu Espírito, isto é, consagrou Jesus como Rei, Profeta e Sacerdote.

Na verdade, Jesus estava repleto de Espírito Santo desde o momento da Encarnação, mas no Batismo recebe a unção com o Espírito para a sua missão. Essa missão o Senhor comunica-a à Igreja, o Seu Corpo místico, e assim tornamo-nos um povo sacerdotal, profético e régio. A imagem da unção com o Espírito remete-nos ao Sacramento da Confirmação, no qual fomos ungidos com o óleo perfumado do Crisma e recebemos o dom do Espírito para a missão, para espalhar pelo mundo o bom odor de Cristo.

"A unção perfuma-nos e também uma pessoa que viva com alegria a sua unção perfuma a Igreja, perfuma a comunidade, perfuma a família com este perfume espiritual", acrescentou Francisco. O Papa então fez uma ressalva:

"Sabemos que, infelizmente, por vezes os cristãos não espalham o perfume de Cristo, mas sim o mau cheiro do seu próprio pecado. E jamais nos esqueçamos: o pecado afasta-nos de Jesus, o pecado torna o óleo mau. E o diabo, não se esqueçam disto, normalmente o diabo entra pelo bolso. Fiquem atentos."

Isto, porém, não nos deve distrair do compromisso de realizar, tanto quanto pudermos e cada um no seu ambiente, esta sublime vocação de ser o bom perfume de Cristo no mundo. O perfume de Cristo é libertado do “fruto do Espírito”, que é “caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (Gal 5,22).

"Foi o que disse Paulo e é belo encontrar uma pessoa que tenha essas virtudes. (...) É belo encontrar uma pessoa boa, uma pessoa fiel, uma pessoa mansa, que não seja orgulhosa. Se nos esforçarmos por cultivar este fruto, então, antes que nos apercebamos, alguém sentirá um pouco da fragrância do Espírito de Cristo à nossa volta. Peçamos ao Espírito Santo que nos faça ungidos mais conscientes, ungidos por Ele", concluiu o Pontífice.

VN

18 agosto 2024

Francisco: continuemos a rezar para que se abram caminhos de paz

 

 Refugiados palestinos em Khan Yunis  (AFP or licensors) 

O Papa voltou a fazer um apelo pela paz na Palestina, Israel, na martirizada Ucrânia, em Mianmar, e em todas as zonas de guerra. Francisco pediu um “compromisso de diálogo e negociação, abstendo-se de ações e reações violentas”. O Pontífice recordou também a beatificação de três missionários xaverianos e de um sacerdote congolês diocesano, mortos na República Democrática do Congo, em 1964.
 

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Após a oração mariana do Angelus deste domingo (18/08), o Papa Francisco recordou a beatificação, na República Democrática do Congo, de três missionários xaverianos italianos e um sacerdote diocesano congolês, mortos em 28 de novembro de 1964.

Trata-se dos sacerdotes Luigi Carrara e Giovanni Didoné, e do religioso Vittorio Faccin, do padre diocesano Albert Joubert.

O seu martírio foi a coroação de uma vida dedicada ao Senhor e aos irmãos e irmãs. Que o eu exemplo e a sua intercessão favoreçam caminhos de reconciliação e paz para o bem do povo congolês.

O Papa pediu aos fiéis um aplauso para os novos beatos. A. seguir, disse:

Continuemos a rezar para que se abram caminhos de paz no Médio Oriente, Palestina, Israel, bem como na martirizada Ucrânia, em Mianmar e em todas as zonas de guerra, com o compromisso de diálogo e negociação e abstenção de ações e reações violentas.

Depois, Francisco saudou os fiéis de Roma e os peregrinos que vieram de outras partes da Itália e de vários países.

O Papa recordou as mulheres e as jovens reunidas no Santuário Mariano de Piekary Šląskie, na Polõnia, e encorajou-as “a dar um alegre testemunho do Evangelho na família e na sociedade”.

Por fim, o Papa saudou os jovens da Imaculada e pediu a todos para não se esquecerem de rezar por ele.

VN